Claudio Cardoso | Abril 2024
O primeiro movimento para a construção do ecossistema formado por startups e outras iniciativas da nova economia está no alinhamento da inovação à sua estratégia empresarial
Uma vez compreendidas as quatro abordagens do Flywheel da Transformação estamos em condições de refletir sobre o ponto de partida. Antes de prosseguir a leitura deste artigo, caso ainda não o tenha feito, acesse o anteriormente publicado Além do Básico: a Empresa no Ecossistema, onde apresentamos o diagrama do flywheel, fruto de longa experiência em programas de inovação.
Reza a sabedoria que antes do primeiro passo é preciso saber para onde ir. Estratégias de negócio precedem e orientam as estratégias de inovação. Ou seja, antes de tudo é indispensável compreender a necessidade por inovação. Não parece difícil compreender a sequência inicial. Sem obedecê-la, não se saberia, por exemplo, quais as áreas-chave onde a inovação é mais requisitada.
Assim, antes de criar um programa corporativo dedicado a atualização tecnológica e à transformação digital e cultural é preciso estabelecer o guia de viagem, contendo as abordagens e os parâmetros de desempenho que serão adotados. Iniciativas de inovação devem estar alinhadas aos objetivos e valores da empresa. Em última análise, devem estar conectadas às necessidades e expectativas dos seus clientes.
Ao seguir uma estratégia de negócio bem definida, as atividades orientadas à inovação são direcionadas para contribuir de forma mais expressiva para o sucesso do negócio.
Aqui damos continuidade ao nosso guia prático iniciado no artigo anterior: agora dedicamos especial atenção ao início da jornada de integração da empresa à nova economia. Antes de retornarmos à trilha já aberta, contudo, é importante destacar a complexidade e as sutilezas do assunto sobre o qual nos debruçamos. O fato é que não inovar é uma opção temerosa. Ela implica no risco de ficar para trás em relação à concorrência e levar a uma possível obsolescência do negócio.
Ponto de Partida: começar sem demora, mas sabendo para onde ir
Um mantra orienta a ignição do nosso Flywheel: pequenos movimentos, feitos de forma estratégica, geram grandes impactos (leia artigo dedicado a esse mantra). Duas ações indispensáveis antecipam a partida do processo de transformação, ambas animadas pelo espírito da máxima agilidade, da simplicidade e do foco nos resultados.
Flywheel da Transformação | altavive.com
A primeira ação é a criação da sua identidade no ecossistema, a sua marca distintiva. As ilustrações são inúmeras: Alfa Collab do Banco Alfa, Boostlab do BTG, Cubo do Itaú, Habitat do Bradesco, e outros. Essas novas marcas, associadas ao prestígio dessas organizações cumprem a função primordial de estabelecerem posições de diálogo e integração às comunidades da nova economia.
Uma nova identidade traz o frescor da novidade e nasce com a missão específica de transitar com fluência e pertencimento ao espaço que abriga fundadores e integrantes de startups, investidores de risco, e outros atores ligados à tecnologia e à pesquisa científica.
A segunda ação que precede e dá partida ao Flywheel é o início da construção do ecossistema em torno da estratégia empresarial. Aliás, todas as quatro abordagens da nossa proposta de transformação operam em torno do ecossistema que vai sendo construído à medida em que avança o processo de transformação digital e cultural da organização. Edificar um ecossistema de iniciativas da nova economia em torno da sua estratégia empresarial é uma abordagem poderosa para promover inovação, colaboração e crescimento sustentável. Neste movimento de partida, já de posse da sua marca-inovadora, é hora de investir energia e agilidade para identificar stakeholders relevantes (hubs parceiros, associações, personalidades-chave, centros de desenvolvimento tecnológico) e estabelecer parcerias estratégicas.