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Uma breve história da inovação aberta

Claudio Cardoso | Alfa Collab | outubro 2020

Como a assimilação da colaboração externa ampliou a competitividade de empresas

O conceito de inovação aberta é praticado desde os anos 1960, primeiramente de modo discreto, em poucas organizações. Foi somente a partir de 2003 que o termo alcançou maior popularidade. A sua aplicação como referência à crescente aceitação da colaboração externa para criar soluções estratégicas para as organizações, em um mundo cada vez mais complexo, foi promovida ao reconhecimento geral por Henry Chesbrough, diretor do Centro de Inovação Aberta da Haas School of Business da Universidade da Califórnia.

A partir deste período a inovação aberta praticamente se tornou o grande paradigma para organizar boa parte da inovação nas organizações. A sua prática pressupõe que empresas possam e devam usar tanto as soluções desenvolvidas internamente por suas próprias equipes de negócio em parceria com equipes técnicas, quanto outras soluções compradas de grandes fornecedores, ou ainda, por meio de novas abordagens desenvolvidas por inovadores.

Insights e ampliação de horizontes

A inovação aberta foi definida em 2014 pelo próprio Chesbrough como “um processo distribuído de inovação baseado em fluxos de conhecimento, e gerenciados propositadamente através das fronteiras organizacionais.” A inovação aberta fornece insights sobre como as empresas podem aproveitar os fluxos de entrada e saída de conhecimento, além de produtos inovadores que aumentam a sua capacidade de competir e superar competidores.

Como a inovação é um processo social complexo e dinâmico, há um enorme valor em conectar organizações com ecossistemas externos especializados em congregar iniciativas de inovação.

Startups, por sua natureza arrojada, em busca de resultados vertiginosos em curto período, se tornaram peça chave nesse cenário. Em anos recentes – no Brasil, notadamente nos últimos cinco anos – explodiram em número os programas de inovação aberta com startups patrocinados por grandes empresas. Esses programas, em maior ou menor medida, buscam não apenas consumir inovações produzidas por startups, mas também promover a cultura corporativa para o trabalho colaborativo com o mundo externo.

A inovação aberta oferece vários benefícios para organizações que adotaram seriamente este modelo. Dentre os ganhos, se destacam a redução de custo da inovação, ganhos em produtividade e competitividade, maior satisfação dos clientes por conta de novos serviços e novos produtos, incorporação da cultura ágil, com redução de custos operacionais, ganhos de eficiência nos processos internos e maior rapidez na atualização de correções e evolução das entregas aos clientes, maior potencial de sinergia entre inovações internas e externas, entre outros. Naturalmente, um modelo de inovação aberta está associado a uma série de riscos e novos desafios, incluindo o risco do lançamento de produtos ainda não plenamente testados, a fragilidade das startups como fornecedores, a maior exposição dos dados e das próprias inovações, dentre outras.

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