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Ampliação do Crédito para Startups no Brasil

Claudio Cardoso | Alfa Collab | fevereiro 2022

Fundadores de startup têm acesso cada vez maior e mais personalizado à linhas de crédito inovadoras

À medida em que cresce o volume de negócios de capital de risco, também aumenta a oferta de serviços financeiros para o ecossistema brasileiro de inovação. Aos poucos, vão sendo lançadas linhas crédito especialmente desenvolvidas para atender às necessidades das startups. Aliás, uma verdadeira revolução quando observamos a longa história de escassez no financiamento das micro e pequenas empresas brasileiras.

Segundo o Portal da Indústria, as micro e pequenas empresas (MPE) brasileiras – aquelas com faturamento anual de até R$ 4,8 milhões e que empregam menos de 50 pessoas em serviços, ou até 100, na indústria – são responsáveis por 54% dos empregos, geram 70% das vagas ofertadas na atualidade, representam 99% do total das nossas empresas privadas e respondem por 27% do Produto Interno Bruto. Ou seja, as MPE são iniciativas empresariais que desempenham um papel fundamental na geração de riqueza e na estabilidade social pela criação de muitos empregos. Porém, nem por isso conseguem acesso a crédito com facilidade.

Já as startups, que como todo novo empreendimento, começam pequenas, têm atraído a atenção de investidores com muito mais sucesso. E o motivo para isso está em sua própria natureza. Uma startup se caracteriza pelo grande potencial de crescimento rápido, especialmente por conta do uso intensivo de tecnologias que viabilizam alta escalabilidade. Os números de 2021 impressionam. Diferentemente de uma pequena empresa comum, startups oferecem aos investidores a perspectiva de retornos em múltiplos bastante atraentes a curto prazo.

A entrada de bancos experientes para atender o mercado das startups sinaliza avanços importantes para o ecossistema de inovação. De imediato, entra em campo um maior repertório de produtos financeiros, e a consequente capacidade de criar novas linhas de crédito. Exemplo disso é o Venture Debt, atualmente oferecido no país por financeiras especialistas e alguns raríssimos bancos. Trata-se de uma dívida estruturada de longo prazo, com garantias e prazos adequados à realidade financeira e operacional da iniciativa inovadora sem que os fundadores precisem ceder equity e diluir as suas participações societárias. Segue o caminho inverso da imensa maioria dos investimentos de Venture Capital no Brasil, que, em regra, implicam na aquisição de parcela do negócio.

Um banco para startups, contudo, não é exatamente uma novidade. Desde os tempos pioneiros quando, em meados da década de 1990, o Silicon Valley Bank (SVB) forneceu capital de risco para a Cisco Systems e a Bay Networks, várias outras instituições tradicionais abraçaram o Venture Capital mundo afora. Sem elas, muito provavelmente o espetacular cenário atual da inovação e os imensos ecossistemas de startups simplesmente não existiriam.

A inovação é um importante indutor de crescimento para o país. Ela não se esgota no eventual sucesso empresarial de uma startup. O fato é que diferentemente das MPE, o ecossistema de inovação tem o privilégio de contar com bons recursos. Mas esta vantagem só aumenta a responsabilidade dos inovadores. Para o Collab, a mais que evidente palavra-chave é colaboração. Nesta direção, o nosso programa de inovação acredita que o espírito de coletividade deva ultrapassar a construção de parcerias para resolver problemas reais de forma inovadora. É preciso gerar valor para os clientes e para o país como um todo. É este espírito que cria valor para toda a sociedade.

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